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GOVERNO
ALCKMIN/HERMAN AVANÇA NO ATAQUE AOS NOSSOS
DIREITOS
Foram-se
os tempos em que férias era sinônimo de descanso e lazer para os professores.
Férias agora, para aqueles que ainda as têm, significam ansiedade e dúvida:
qual será a novidade que o governo anunciará no início do ano letivo? Qual será
a carga horária da disciplina que o professor leciona? Haverá aula para todos?
E por aí vai .....
Este
governo aproveita o período de férias e recesso nas escolas para preparar, à
socapa e na “calada da noite”,
medidas contra a escola pública e os nossos pouquíssimos direitos.
Enquanto
a maioria da diretoria do sindicato (Artsind) apostava, e ainda aposta, na
negociação via comissão paritária para discutir a nova carreira, o governo se
aproveitou da paralisia da categoria imposta pela direção majoritária da
APEOESP/chapa1 para anunciar mais medidas privatizantes na educação e mais
ataques aos direitos do professorado.
Escola de Tempo
Integral.
Através da Lei Complementar 1.191/2012, que foi
aprovada entre o natal e o ano novo pela ALESP no dia 28 de dezembro/2012, foi
dada a formatação definitiva da situação dos professores que trabalharão nas
escolas do Programa Ensino Integral.
Os
professores serão todos designados, podendo ser dispensados a qualquer tempo,
sofrerão avaliação periódica de desempenho e participarão anualmente de um
processo seletivo para continuar ou não no projeto; sendo que as unidades
escolares do projeto estão sendo extintas e seus professores titulares de cargo
estão sendo removidos ex offício para outras escolas.
Para
escamotear o caráter autoritário do projeto foi criado o Regime de Dedicação
Plena e Integral para os professores dessas escolas concedendo a eles jornada
de 40 horas semanais com 50% de hora atividade, só que a totalidade da jornada
deverá ser cumprida na escola. Também receberão uma gratificação (GDPI –
Gratificação de Dedicação Plena e integral) correspondente a 75% do
salário-base – o problema é que o professor perderá toda a gratificação se
faltar um dia no mês, incluindo falta médica e abonada.
Este
tipo de medida atinge os direitos dos efetivos, que não terão mais a garantia
de aulas na unidade onde são titulares, conviverão com a avaliação de
desempenho e o assédio moral por parte das chefias, além de não poder mais
sequer se ausentar do trabalho quando necessitarem (para receber a RDPI não se
pode abonar o dia ou ir ao médico).
E
o pior, se este projeto for implantado na maioria das escolas da rede estadual,
perderemos a própria estabilidade, uma vez que para lecionar nas escolas de
período integral é preciso ser designado através de um processo seletivo,
podendo o professor ser dispensado em qualquer tempo pela chefia.
Perícias Médicas nas
DRE’s.
O decreto 58.032/2012 autorizou a secretaria da
educação a realizar perícias médicas por conta própria. A Resolução SE 01 de
15/01/2013 regulamentou as perícias. Elas serão realizadas nas diretorias de
ensino e feitas por médicos terceirizados contratados pela SE e que receberão
por procedimento, ou seja, se um médico tomar decisões ou conceder licenças que
não agradem ao secretário as perícias não serão mais solicitadas a esse médico,
que ficará sem receber.
É
a consumação de uma ameaça e de uma calúnia feitas pelo secretário na audiência
pública na ALESP no final de 2012; disse ele na época que as licenças dos
professores eram forjadas e que acabaria com isso – além de mentiroso o
secretário se acha médico.
Herman
achincalhou médicos e professores para fugir do real problema; os professores
tiram licença porque não aguentam mais as péssimas condições de trabalho, o
autoritarismo e os péssimos salários.
Ataques aos
Professores Categoria “O”.
Segundo o próprio secretário da
educação 2012 terminou com 50.000 – cinquenta mil – 25% ou um em cada quatro
professores contratado a título precário e por prazo determinado. Este fato por
si só é um ataque brutal a nossa categoria. Não satisfeito, Herman aplica um
ato ilegal contra os professores “O”; aqueles que tiveram seus contratos
extintos foram tratados como demitidos nos termos de lei 10.261/68 – Estatuto
do Funcionalismo Público – que, segundo o próprio governo, não regulamenta os contratos precários dos
categoria “O” – estes são regulados pela lei 1093/2009.
É
um absurdo jurídico! Mais uma prova de que este governo somente respeita as
leis quando lhe interessa.
Precarização
do Trabalho e Retirada de Direitos.
Esse governo ataca os
direitos de todos os professores. Estamos todos sendo transformados em
categoria “O”. Com as perícias médicas nas DRE’s o governo pretende acabar com
as licenças e readaptações nos forçando a trabalhar doentes e com as escolas de
período integral os efetivos estão perdendo a estabilidade, as faltas abonadas
e médicas, além de serem submetidos ao assédio moral permanente das chefias
através das avaliações de desempenho – tal qual os professores “O”.
CNTE CONVOCA GREVE NACIONAL
23, 24 e 25 de ABRIL
Foi
marcada para abril uma greve nacional de três dias dos professores das escolas
públicas pela aplicação imediata da jornada com 1/3 de hora atividade, bem como
do piso salarial nacional onde não é respeitado.
Embora
defendamos 50% de hora atividade, achamos um avanço os 33% de hora atividade
que o governo estadual não respeita. Por isso, exigimos sua aplicação imediata.
CHAPA1
DEVE ROMPER COM A COMISSÃO DE NEGOCIAÇÃO E MOBILIZAR A CATEGORIA!
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As
ilusões semeadas pela chapa 1 na justiça com relação ao cumprimento pelo
governo da jornada com 33% de hora atividade como prevê a lei do piso salarial
nacional do magistério por um lado e as expectativas de que seria possível
negociar de fato com o governo na comissão paritária da carreira ajudaram a
desmobilizar mais ainda a categoria e dar condições para que Herman e Alckmin
atacassem mais ainda nossos parcos direitos e a escola pública avançando nos
seus planos de privatização.
A
chapa1, maioria da direção estadual do sindicato, deve romper com a inação; a
comissão paritária mostrou-se um engodo, esse governo não negocia com os
professores; a justiça somente tomará alguma decisão de fato favorável ao nosso
movimento se sentir a força dos professores mobilizados.
Não
basta marcar greve; tem que organizar!
PROFESSOR:
SOZINHO O PROBLEMA É SEU!
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Nossa
história como categoria e os últimos fatos comprovam a tese de que os problemas
coletivos do professorado e a crise pela
qual passa a escola pública em São Paulo com os constantes ataques do governo
tucano aos nossos direitos e ao direito dos trabalhadores e seus filhos de
terem uma escola pública, gratuita e de qualidade; somente serão resolvidos com
a mobilização de nossa categoria.
Foi
assim em 1989 quando uma greve de 91 dias impediu a municipalização total da
educação no estado e o início do processo de privatização; foi assim em 1993
quando uma greve de 89 dias com cinco dias de ocupação da ALESP derrotou o
projeto privatizante de escola padrão (muito parecido com a escola de tempo
integral); foi assim em 2000 onde uma greve de 45 dias derrotou a primeira
tentativa de reforma do ensino médio feita por Covas e FHC – apenas para citar
alguns exemplos.
O
governo tenta nos dividir e desmoralizar porque tem medo de nossa força;
250.000 professores são uma força social poderosa que se mobilizada em torno de
um programa de reivindicações pode fazer valer a sua vontade diante do governo
e mesmo diante da direção vacilante do sindicato.
A
prova do mérito (veja gráfico neste boletim) está se mostrando uma farsa, os
ataques do governo aos nossos direitos visam transformar todos nós em
professores precarizados.
Unificados
podemos e devemos criar um movimento social poderoso juntamente com pais,
alunos e trabalhadores em geral, em defesa da escola pública e de nossos
direitos – o todo é maior que a soma dos esforços individuais.
É
hora de darmos um basta a tudo isso. A vontade e os direitos dos professores
devem ser respeitados.
Nota
Mais Alta Não Garante Escola Melhor
E
|
ste
é o título de um artigo que circulou, no ano de 2011, por vários jornais de São
Paulo e do Brasil. Seria apenas mais uma das muitas críticas a política
educacional dos governos estaduais, municipais e federal; não fosse pela sua
autora, Diane Ravitch, mentora intelectual e executora da reforma da educação pública
iniciada no estado de New York/EUA, que depois se alastrou para outros estados
norte americanos.
A
reforma iniciada na década de 1990 do século passado estabelece parcerias
público-privadas com a entrega da administração das escolas públicas a empresas
privadas e grupos de empresários, estabelecimento de metas de desempenho para
cada escola, competição por alunos e fechamento das escolas consideradas
ineficientes ou ociosas, precarização do trabalho dos professores através da
proliferação das contratações por tempo determinado com direitos reduzidos com
avaliação de desempenho periódica e demissão dos professores efetivos.
O
complemento dessa reforma privatizante do ensino público na terra do Tio San
foi o empobrecimento do currículo com a redução da carga horária das
disciplinas de formação geral – humanidades e artes – concentrando o currículo
apenas em línguas e matemática visando a preparação dos alunos para os exames
nacionais de avaliação de desempenho escolar a serem realizados anualmente com
a finalidade de ranquear as escolas, avaliar os professores; fechando as
escolas que seguidamente não atingiam as metas determinadas pelo governo e
demitindo os professores.
Segundo
Diane Ravitch, mentora e autora da reforma privatizante da educação pública
básica nos EUA, que também publicou um livro que foi editado no Brasil em 2012,
a referida reforma fracassou em seus objetivos educativos. A qualidade do
ensino público piorou nos EUA pós-reforma, o ensino se limitou a preparar os
alunos para os exames de avaliação e ranqueamento das escolas, os estudantes
dos EUA têm sistematicamente ocupado os piores lugares entre os países da OCDE
no PISA – avaliação internacional da educação básica que verifica o desempenho
dos estudantes em línguas, ciências e matemática.
Ainda segundo Diane Ravitich, os professores
foram criminalizados e responsabilizados pela má qualidade do ensino pagando
com seus empregos, condições de trabalho e carreira o preço da política
antissocial do governo norte americano de privatização da educação básica.
Aliás, o único resultado efetivo da reforma educacional ianque foi a privatização
crescente do ensino público, permitindo que grupos e escolas privados se
apoderassem dos recursos da educação pública.
É esta reforma
aniteducacional e privatizante que o governo tucano de São Paulo e o governo
federal querem impor aos professores e alunos.
Fonte: OPOSIÇÃO ALTERNATIVA - APEOESP
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