segunda-feira, 10 de agosto de 2020

Inscrições para uma Roda de Conversa sobre “A homotransfobia em tempos de pandemia”



Nós do Mocambo Arco-ìris do Meob não podemos te dizer qual é o sentido da vida, mas dizemos com segurança que nossa vida tem sentido e ele é construído na luta contra a discriminação e toda forma de à violência que degrada a pessoa. Por isso lutamos contra todos que, por ação ou omissão, contribuem para que tantas pessoas morram injustamente neste país. Convidamos você para uma Roda de Conversa com a presença da Kika Medina, Presidente da Associação  LGBT de SJC e militante da luta pelas travestis e transexuais

Sua participação é fundamental!

 Data: 15 de agosto de 2020 

Horário: Das 14:00h  às 16:00h

A roda de conversa será transmitida pelo Google Meet 

Atenção: Inscrições Limitadas

Inscrições pelo link abaixo: 

https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSeyP01apXr5fVVtegpXdbExd7xUu5nnwsgv9kLRkLTZsz6onA/viewform?usp=sf_link

sábado, 18 de julho de 2020

MANIFESTO - EDUCADORES CONTRA O RETORNO IRRESPONSÁVEL ÀS AULAS PRESENCIAIS!


Assine esse documento clicando em:
https://docs.google.com/forms/d/1igPhPXtmLNgJJKHQsLRqbTUhbfgkiy6z2Uanp4dvd7c/edit

Mãos Dadas
 “Não serei o poeta de um mundo caduco
Também não cantarei o mundo futuro
Estou preso à vida e olho meus companheiros
Estão taciturnos mas nutrem grandes esperanças
Entre eles, considero a enorme realidade
O presente é tão grande, não nos afastemos
Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas!”
Carlos Drummond de Andrade



Manifesto pelo Direito à Vida e à Educação Pública
Nós, educadores das redes municipal, estadual e conveniada região localizada na Zona Sul da cidade de São Paulo, vimos a público expor às comunidades escolares nossa posição contrária ao irresponsável anúncio de retorno às aulas presenciais. Entendemos que ainda não há segurança para um retorno em níveis que garantam condições de proteção a todos e todas, o que ocasionará o contágio de milhares de trabalhadores e seus filhos, com consequente aumento no número de óbitos.
Doria e Covas, contrariando a experiência internacional, além de não terem adotado o lockdown, têm promovido o retorno às atividades não essenciais em plena subida do índice de contágio e mortalidade, com 83 mortes diárias, em média, na semana entre 5/7 e 11/7, na capital. (Boletim Diário COVID 19 / SMS).
Apesar de, inicialmente, se contraporem ao genocida Bolsonaro o governador e o prefeito, para atenderem aos interesses do mercado, diante da proximidade das eleições, demonstram insensibilidade ao querer vender a ideia de sucesso no combate à pandemia parecendo considerarem aceitável as milhares de vítimas. 
Divulgam um protocolo de retorno completamente deslocado da realidade de nossas unidades escolares demonstrando nunca terem visitado as escolas municipais, estaduais e tampouco os CEIs conveniados. Estabelecem múltiplas tarefas para um quadro de profissionais defasado, mesmo antes da pandemia, mas não assumem a responsabilidade de contratação de mais educadores nem a realização de obras emergenciais para adaptação dos prédios às novas normas sanitárias exigidas em seus protocolos.
Queremos, sim, voltar às escolas, pois há um entendimento geral de que as aulas remotas, mesmo com o grande esforço dos educadores, não atingem a maioria de nossos estudantes (bebês, crianças, jovens e adultos) porém, não podemos arriscar nossas vidas, de nossos estudantes e de seus familiares na medida em que a comunidade médica, os cientistas e a Organização Mundial de Saúde (OMS) afirmam que a escola em atividades poderá se transformar em grande propagadora do vírus.
"Se as escolas reabrirem em setembro, teremos 17 mil crianças mortas por COVID, 
Segundo o matemático Eduardo Massad, professor titular da Escola de Matemática Aplicada Fundação Getúlio Vargas (FGV).”
"Quantas crianças morreram por Covid hoje no Brasil? Alguém tem ideia? 300 e poucas crianças abaixo de 5 anos morreram no Brasil. Se a gente reabrir as escolas, nós vamos chegar a 17 mil. São 17 mil crianças que vão morrer e não precisariam morrer. Todo o resto dos problemas vocês conseguem dar um jeito e resolver. Perder 17 mil crianças não há solução possível. Nós estamos falando de vidas. Se perder um ano, ninguém vai morrer por isso. Se a gente abrir sem um planejamento muito preciso e um controle muito grande, o que vai acontecer é que vai morrer 17 mil crianças contra 300 e poucas no curso natural da epidemia, com as escolas fechadas." ( G1 14/07/2020)
Temos consciência da importância da escola na vida social dos estudantes e de suas famílias, especialmente em nossa região caracterizada como de alta vulnerabilidade social, e queremos mantê-la como promotora da vida. Para tanto, assim como em outros países, compete aos governos criarem as condições para o acesso do estudante à educação, neste momento virtual, e a seus pais para manterem seus filhos em isolamento social com garantia de alimentação, moradia, saúde e acesso à Internet.
Destacamos, ainda, que o “princípio do distanciamento físico é uma condição essencial para a saúde”, na organização e nas relações o distanciamento é fundamental e sabemos que as modalidades têm suas especificidades. Porém, temos em comum o entendimento de que a Educação é uma ação que parte das interações, da coletividade, a comunidade escolar se configura nas relações, nas práticas, nas experiências coletivas. A relação dialógica, assim como o contato entre pares é inevitável no processo educativo.
Reafirmamos que a principal forma de se proteger, minimamente, da doença, é impraticável com a volta às aulas, pois estaremos colocando as pessoas numa situação de alto risco de morte mesmo com revezamento, alternâncias ou quaisquer outras medidas que não considerem como se dão no cotidiano as relações escolares no processo educacional. Escalonar não garante o “atendimento escolar”, aprendizagem das crianças, nem segurança alimentar.
Dizer que a volta às aulas vai simplesmente resolver o problema das famílias que não têm com quem deixar as crianças é uma falácia. Essa questão envolve uma articulação de políticas públicas que estão muito além da educação escolar. Se considerarmos como exemplos os CEIs, modalidade na qual não é possível (não recomendado, a propósito) o uso de máscaras em bebês e crianças pequenas e nem o distanciamento, não se estará minimizado os riscos, e sim os potencializando. 
Entendemos como grave e de responsabilidade das próprias SME de SP e SEDUC /SP assumirem institucionalmente as possíveis “mortes” ao pôr em alto risco a vida de todos os envolvidos, e não dividiremos o ônus das consequências que podem ocorrer com esse retorno açodado, em situação na qual só está se ampliando o risco contra a vida dos profissionais da educação, dos estudantes e seus familiares.   
Enquanto não for seguro, somos contra o retorno, assim como reafirmamos a necessidade de adoção de políticas públicas de combate ao desemprego, de divisão de renda, distribuição de cestas básicas, adoção de auxílio emergencial no estado e no município, controle de preços, distribuição de botijão de gás e isenção às famílias mais carentes das contas de água e de luz.
A classe trabalhadora não pode e não deve ser a principal vítima de uma pandemia que, na sua origem, está o DNA da burguesia.

Precisamos falar sobre precariedade menstrual